O risco dos produtos ditos "naturais"

Sabe aqueles produtos ditos naturais? Cuidado quando apresentado como isentos de riscos!
A Anvisa(Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária), vem reforçando há tempos, a gravidade do consumo de produtos naturais, tanto alertando ao uso sem orientação, como a oferta de produtos com irregularidades no mercado. Na legislação brasileira, todo produto natural que for comercializado em cápsulas, precisa ter sua composição previamente avaliada, para que os riscos relacionados ao seu uso sejam conhecidos e assim evitados.
Sabe-se que chás, ervas, compostos bioativos, são uma importante ferramenta para o processo de saúde humana. Entretanto, o uso de produtos sem critério pode representar um grande risco de problemas renais e hepáticos quando se desconsidera que seus princípios bioativos podem agir como potentes medicamentos com forte potencial toxigênico.
Em torno de 40% dos medicamentos atualmente disponíveis foram desenvolvidos direta ou indiretamente a partir de fontes naturais. A Fitoterapia, que tem como base de estudo as propriedades das plantas medicinais, é usada pela humanidade há milenios, e quando utilizada da forma correta, pode auxiliar sim a saúde do ser humano. Entretanto, com o crescimento da indústria dos "produtos naturais" e a velha propaganda boca-a-boca com o maior acesso ao compra-venda,
devemos ter cuidado com os produtos irregulares (facilmente encontrados a venda), do qual não se conhece o seu conteúdo, seus compostos,
a segurança de uso. Por essa razão é tão importante que o uso desses produtos seja feito da forma correta, tendo o cuidado de usar apenas produtos regularizados, autorizado pela Anvisa, orientados por profissionais habilitados - o que nos garante a sua segurança.
Os produtos naturais são classificados de duas maneiras pela Anvisa: Suplementos alimentares e medicamentos fitoterápicos.
Suplemento alimentar são compostos por nutrientes, substâncias bioativas ou enzimas com alegações já aprovadas pela Anvisa com limites mínimo e máximo de consumo e com suas respectivas condições de uso bem regulamentadas. Constituintes que não constem na lista desses compostos não podem ser utilizados em suplementos alimentares.
É importante deixar claro que os constituintes autorizados para uso como suplementos alimentares têm por finalidade fornecer nutrientes, substâncias bioativas, probióticos ou enzimas. Constituintes esses avaliados em relação a segurança e eficácia dos benefícios alegados nos rótulos. Assim como as especificações e qualidade para serem considerados aceitáveis.
Já o medicamento fitoterápico é o produto comercializado com propriedades terapêuticas ou medicamentosas, que deve ser previamente autorizado como medicamento pela Anvisa. Para isso é necessário que seja realizado uma avaliação detalhada da sua composição, qualidade e segurança do seu uso, inclusive quanto a interação entres seus compostos.
Algo que é importante ficar atento é ao encontrar produtos contendo em sua composição muitas plantas medicinais, essas composições podem gerar maior grau de risco devido as combinações de compostos bioativos e suas interações terapêuticas poderão ser perigosas, o que é grande a chance de se tratar de um produto irregular. Também quando produtos alegam promessas milagrosas, cura de doenças e uma infinidade de benefícios, o que dificilmente seria aprovado pela segurança sanitária, o que possivelmente indica um produto irregular.
"Além disso, é proibido o uso da palavra "Natural", para se evitar a ideia de que o uso do medicamento é completamente isento de riscos, e o uso de imagens que não sejam referentes à parte específica da planta medicinal utilizada no medicamento ou de figuras anatômicas que tenham como função orientar o profissional de saúde ou o paciente sobre a correta utilização do produto".
Além disso, é imensamente sabido que muitos desses produtos irregulares contêm em sua composição grandes quantidades de substâncias medicamentosas não informadas no rótulo, de origem sintética, não natural, tais como anti-inflamatórios ou inibidores de apetite, ou ainda substâncias sintéticas associadas a plantas medicinais. O risco está no fato de que não se poderá garantir que, em caso de dano, este tenha sido causado por uma grande dosagem de substâncias sintéticas, e não apenas relacionado ao uso excessivo das plantas medicinais, sem contar a falta de dados sobre os riscos, sensibilidades e contra-indicaçoes.
Por isso cuidado!
"A venda de produtos irregulares é crime previsto no Código Penal brasileiro e é importante que a população seja orientada a não usar esses produtos. A vigilância sanitária atua para impedir o comércio de produtos irregulares e já efetuou ações em relação a diversos produtos denunciados".
Fonte: www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-reforca-riscos-do-uso-de-produtos-201cnaturais201d-irregulares
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